quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Conclusões de estudo sobre telemóveis e cancro

O especialista da Direcção-Geral de Saúde Pedro Rosário esclarece que as conclusões do estudo sobre perigo cancerígeno no uso de telemóveis "não são novas". O perigo é idêntico ao do consumo de café ou aos vapores de gasolina.
 
foto JOSÉ VINHA/JN
Conclusões de estudo sobre telemóveis e cancro "não são novas"
OMS estudou efeito das frequências
 
"Não é alarmante. É uma possibilidade. Este estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) não muda nada, as recomendações que estavam feitas sobre sistemas de comunicações móveis mantêm-se", disse à Agência Lusa o físico da Direcção-geral de Saúde.
Na terça-feira, a agência de investigação do cancro da OMS admitiu que o uso de telefones portáteis, nomeadamente telemóveis, deve ser considerado como "possivelmente cancerígeno para os seres humanos".
"As provas, que continuam a acumular-se, são suficientemente fortes para justificar uma classificação de nível 2b" (um dos cinco níveis que define os produtos 'possivelmente cancerígenos para os seres humanos'), afirmou o presidente daquele grupo de trabalho da OMS, Jonathan Samet.
A classificação vai de 1 (cancerígeno para o ser humano) a 4 (provavelmente não cancerígeno para o ser humano). O nível 2 foi dividido em 2a (provavelmente cancerígeno para o ser humano) e 2b (pode ser cancerígeno para o ser humano).
De acordo com Pedro Rosário, esta não é a primeira vez que a OMS classifica desta forma os campos electromagnéticos. "Há vários anos que está na classificação do grupo 2b. O que agora fizeram foi analisar especificamente as frequências associadas aos telemóveis. Dentro do bolo geral analisaram e chegaram à conclusão que tinham chegado antes", salientou.
"Esta classificação refere-se ao "pode ser cancerígeno para o ser humano" e não no "cancerígeno para o ser humano", explicou Pedro Rosário.
"O consumo do café, a gasolina, os vapores da gasolina também estão classificados no 2b", referiu, salientando que esta comunicação da OMS não muda as recomendações que já existiam relativamente às comunicações móveis.
Pedro Rosário adiantou que "o telemóvel deve ser usado com parcimónia, com bom senso, deve-se usar kit de mãos-livres e às crianças recomenda-se o envio de mensagens escritas em detrimento da conversa", disse.

JN 9 Novembro 2011

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